Realmente,
achamo-nos todos no campo da fé viva para trabalhar.
E
servir, sem esquecer-nos para alcançar semelhante realização, é
praticamente impossível.
De
quando a quando, pelo menos, ser-nos-á justo analisar a extensão e
a qualidade de nossas tarefas, de modo a verificar lhes o rendimento
no bem.
Permaneceis
conosco, não à maneira de cooperadores cativos, dependentes de
nossas orientações.
Conquanto,
a diferença de plano, cada um de nós, se detém na posição que
lhe é própria, em matéria de encargos recebidos.
Esse
recolheu a missão de planear o ensino e concretizá-lo: aquele se
encontra compromissado em administrar; aquele outro ainda se vê
compelido a zelar por essa ou aquela faixa de ação, para fazê-lo
produzir determinados valores no bem geral.
Temos
irmãos que se acharam trazidos a mandatos complexos na direção
direta ou indireta de pequenas ou grandes comunidades; outros
solicitaram e obtiveram da Vida Espiritual a felicidade de se
reencarnarem nos postos de sacrifício, com o objetivo de se
desvelarem no reajuste de alguém que lhes toma o convívio, sob os
nomes de pai ou esposo, filho ou irmão; e outros muitos, ainda, por
vezes, encontram em pleno anonimato, a condição de renúncia de que
se reconheceram, um dia, necessitados, para a realização de
encargos no autoaperfeiçoamento.
Estejamos
na certeza de que todos somos peças interdependentes nas engrenagens
da vida. E as engrenagens a que nos referimos reclamam de cada um de
nós fidelidade e disciplina, de maneira a que não venhamos a
olvidar aquela área da existência, em que todos os dias surpreendem
os desígnios do Senhor a nosso respeito, área que nomeamos com a
palavra “dever”.
Aceitemo-nos
como somos, trabalhando para melhorar-nos cada vez mais e aceitemos
as atividades em que fomos necessariamente situados para que a
rebeldia não se nos intrometa nas obrigações do cotidiano,
fantasiada de liberdade.
Somos
herdeiros e depositários da fé que precisa expressar-se no bem
geral. Caridade, entendimento, solidariedade, amparo, sacrifício,
constituem frutos que nos compete espalhar onde estivermos.
Abençoemos
aqueles que se nos façam instrumentos de prova; os que nos visitem o
coração, à maneira do esmeril que o abrilhanta ou reajusta; os
companheiros que se transformam em problemas que nos levam a conhecer
o trabalho em suas mais íntimas nuances; e, sobretudo no lar,
agradecemos a oportunidade de nos devotarmos em auxílio a outrem, às
vezes, até mesmo com o desinteresse compulsório dos nossos sonhos
mais ínfimos, a fim de que nos mantenhamos matriculados na escola do
amor verdadeiro que inclui todos os sacrifícios para que a
felicidade consiga viver com aqueles que mais amamos, erguendo-se
nos, por fim, na existência, em pão espiritual de cada dia.
Filhos,
entendemos as vossas dificuldades que são também nossas e
reconhecemos a inquietação com que muitos de vós outros nos bateis
às portas do coração suplicando esperança e consolação.
Crede!
Não
somos insensíveis aos vossos rogos, mas, porque também nos achamos
lutando e trabalhando convosco no mesmo nível, convidamos
a nós mesmos, para compartilharmos a mesma requisição de auxílio
e força ao Senhor Jesus, a fim de que nos reunamos na mesma faixa de
confiança redentora e produtiva, servindo e amando com a certeza de
que se nos amarmos realmente. Uns aos outros, seguiremos adiante,
superando todos os obstáculos, para o encontro sublime da União com
Deus.
Bezerra
de Menezes
De
mensagem recebida em 16.09.1972.
Bezerra
de Menezes –
Livro: Bezerra, Chico e você, Interdependência, (Chico Xavier)
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