Não
olvides que a caridade, é o coração no teu gesto.
Espalharás
o ouro a mancheias, entretanto, se não sabes emoldurar de carinho a
tua manifestação de bondade, as moedas de tua bolsa serão, muitas
vezes, escárnio e humilhação, sobre a dor dos infortunados.
Ensinarás
a verdade, com segurança, contudo, se a tua palavra não estiver
temperada com a brandura da paciência, quase sempre, o teu verbo,
apesar de nobre e culto, não passará de azorrague no semblante
ferido de teus irmãos.
Recorda
que a Providência Infinita nos estende o socorro do Céu de mil
modos, em cada instante do dia, e descerrando tua alma à Grande
Compreensão, não admitas que a sombra te avilte o culto da
gentileza.
Muitos
dão, mas raros sabem dar.
O
pão, misturado de reprimendas, amarga mais que o fel e a lição,
que se ajusta a críticas e reproches, pode ser comparada à tela
preciosa que a ironia apedreja.
A
beneficência não se levanta por bandeira de superfície.
Vale
mais a tua frase, vasada em solidariedade e entendimento, para o
companheiro que jaz sob o gelo de desanimo, que todos os tesouros
amoedados da Terra.
Vale
mais teu braço amigo ao irmão caído no precipício do sofrimento,
que a mais ampla biblioteca do mundo em cintilações verbalistas na
tua boca.
Lembra-te
de que só o amor pode curar as chagas da penúria e da ignorância e
aprende a doá-lo aos que te rodeiam, nas maneiras em que te
exprimes, porque a caridade não é uma voz que fala, mas um poder
que irradia.
Abraça
a fé que te enobrece a existência e segue o valioso roteiro que as
suas revelações te traçam à luta, mas não te esqueças de içar
o coração, na marcha cotidiana, para que a tua vida seja,
realmente, um poema de luz e fraternidade, consoante a lição do
poema de luz e fraternidade, consoante a lição do Mestre Divino
que, ainda mesmo na cruz, foi o amor generoso e triunfante,
atravessando o vale escuro da morte, para convertê-la em eterna
ressurreição.
Emmanuel
Emmanuel
– Livro: Caridade E. D., Em torno da caridade, (Chico Xavier)
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